RPD - Vila Real

Observações do recenseamento à pastoral

Em números oficiais, a população da Diocese (coincidente com o Distrito) foi calculada em 1977 em 261.598 almas; em 1981 descera para 258.381; em 1991, para 236.294; e no ano 2001, para 223.327. Isto é, entre 1977-1991 perderam-se 25.304 habitantes; e entre 1991-2001 mais 12.967.
Nos mesmos períodos, o censo dos praticantes da eucaristia dominical registou 109.788 em 1977; 79.634 em 1991; e 63.898 em 2001. O que significa que entre 1977-1991 os praticantes desceram 30.154 e, na década de 91-01, 15.736.

Algumas observações pastorais

É bastante delicado fazer comentários com números ainda provisórios e sem ter em conta outras coordenadas fundamentais, tais como os nascimentos e a distribuição da população por faixas etárias.
Outro elemento a ter em conta é a diferença de critérios dos dois censos: enquanto o censo da população se baseia nos “residentes”, o censo dos praticantes atende aos “presentes” (havendo “residentes” oficiais não “presentes” e que influenciam a proporcionalidade dos praticantes). Este facto é especialmente significativo em zonas de emigração.
Neste período deu-se a grande mudança do estilo de vida da população: a deslocação do campo para a cidade, e de uma vida rural geralmente fixa para uma grande mobilidade das populações, com especial incidência nas fases etárias mais válidas - jovens e homens trabalhadores.
Embora os resultados do censo sejam provisórios, a população desceu em todos os concelhos, excepto nos de Chaves e de Vila Real em que subiu cerca de três mil em cada um. Talvez mais pela deslocação para as cidades e arredores do que por nascimentos.
Apresentam-se alguns comentários feitos no último Conselho de Presbíteros. O tema voltará a estudar-se depois de feita a contagem definitiva.

1 - A descida dos praticantes acompanha a descida da população: no período de 1977-91, a população desceu cerca de 25.304 habitantes, e os praticantes desceram 30.154; entre 1991-2001, a população desceu 12.967 e os praticantes 15.736.
Praticamente a descida na 2ª década é, nos dois sectores, de 50% em relação à anterior.

2 - Acresce que na contagem da prática dominical em 1977 se teve em conta a não obrigatoriedade da presença das crianças com idades inferiores aos sete anos, facto que não se considerou no cálculo de 2001 e que pode fazer subir a média dos praticantes.

3 - A prática religiosa dominical distribui-se de modo bastante homogéneo pelas diferentes faixas etárias, subindo mesmo na idade acima dos 55 anos (regresso após a reforma?).

4 - Sabendo que o número de idosos aumentou muito entre nós, verifica-se que o número dos praticantes com 70 ou mais anos desce em relação à anterior. Talvez um sinal do isolamento e dificuldade de acesso dos idosos aos lugares de culto, pois o número de idosos em Lares é ainda reduzido.

5 - A participação das crianças na Eucaristia é especialmente influenciada pelo comportamento dos pais que, embora levem os filhos à catequese na tarde de sábado, aproveitam o fim de semana para deslocações das cidades para as aldeias, não participando na Eucaristia. Noutros casos, os pais “poupam” os filhos (talvez por serem poucos) nas manhãs de Domingo para os “compensarem” da agitação escolar da semana.

6 - O eixo Régua - Vila Real - Chaves tende a concentrar a população, como se verifica pelo aumento dos concelhos de Chaves e de Vila Real. Todavia, a prática dominical não tem crescido em nenhum deles.

7 - Os concelhos em que a desproporção ente a população e praticantes é maior são de Sabrosa e do Peso da Régua, onde os praticantes parece não atingirem 17% dos residentes. Seguem-se os de Alijó e Mesão Frio com cerca de 25%. São todos da zona do Douro, já tradicionalmente menos praticante, ainda que a média haja descido nesta década.

8 - Verificou-se ainda que a celebração da Eucaristia dominical se faz habi-tualmente nas manhãs de Domingo. Como os párocos devem atender mais que uma paróquia com distâncias acentuadas entre elas, algumas celebrações fazem-se bastante cedo com a inevitável ausência de fiéis. Um convite às celebrações nas tardes de Domingo.

9 - É bastante elevado o número de celebrações, em parte pela dispersão e envelhecimento das populações e em parte por velhos hábitos criados, o que empobrece as mesmas celebrações. Também a idade dos Presbíteros que presidem à Eucaristia pode influenciar.

10 - São muito raras, por não aceites pelos fiéis, as “Celebrações do Domingo na ausência do Presbítero”.

11- A Comunhão dominical é bastante elevada, atingindo em muitos casos 40% dos presentes.

Pe. António de Castro Fontes
Diocese de Vila Real

Prática Dominical dos 14 Concelhos

 

Homens

Mulheres

Total

Alijó

1097

2178

3275

Boticas

792

1259

2051

Chaves

5747

8872

14619

Mesão Frio

512

804

1316

M. Basto

970

1584

2554

Montalegre

1501

2210

3711

Murça

819

1311

2130

Régua

1151

2006

3157

Ribeira de Pena

863

1307

2170

Sabrosa

605

1083

1688

Santa Marta

970

1584

2554

Valpaços

2122

3433

5555

Vila Pouca

1923

2726

4649

Vila Real

5981

8487

14468

 

Prática Dominical por faixas etárias

 

Sexo M

Sexo F

Total

7-14

3566

4050

7616

15-24

2993

4286

7279

25-39

2487

4725

7212

40-54

4383

7735

12118

55-69

6371

10653

17024

70 +

4854

7795

12649