Ucrânia: «Não nos habituemos a viver como se a guerra fosse uma coisa distante»

Francisco reafirma solidariedade com povo «martirizado» pela guerra

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 15 jun 2022 (Ecclesia) – O Papa reafirmou hoje a sua solidariedade com o “martirizado” povo da Ucrânia, desejando que o prolongamento da guerra não se traduza numa indiferença perante o sofrimento das populações.

“Não nos habituemos a viver como se a guerra fosse uma coisa distante”, apelou Francisco, no final da audiência pública semanal.

O encontro reuniu milhares de pessoas, na Praça de São Pedro.

“Por favor, não esqueçamos o martirizado povo da Ucrânia, em guerra”, insistiu o Papa, evocando o conflito que se iniciou a 24 de fevereiro, após a invasão russa de territórios ucranianos.

A intervenção foi sublinhada com uma salva de palmas dos peregrinos presentes.

Que a nossa recordação, o nosso afeto, a nossa oração e a nossa ajuda estejam sempre perto deste povo que sofre tanto e que passa por um verdadeiro martírio”.

Esta terça-feira, na sua mensagem para o VI Dia Mundial dos Pobres, divulgada pelo Vaticano, o Papa criticou a Rússia por querer “impor a sua vontade contra o princípio da autodeterminação dos povos”.

“Vemos repetir-se cenas de trágica memória e, mais uma vez, as ameaças recíprocas de alguns poderosos abafam a voz da humanidade que implora paz”, apontou.

A guerra esteve no centro de uma conversa de Francisco com os diretores das revistas culturais europeias da Companhia de Jesus (Jesuítas), incluindo a ‘Brotéria’, de Portugal, divulgada também esta terça-feira.

O Papa sustentou que o “povo heroico” da Ucrânia está a ser vítima de uma guerra de “interesses globais”, apelando a superar uma visão que reduz a realidade a “bons e maus”.

“O que está perante os nossos olhos é uma situação de guerra mundial, de interesses globais, de venda de armas e de apropriação geopolítica, que está a martirizar um povo heroico”, referiu.

OC

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