Igreja/Portugal: Bispo deve ser «elemento visível e ativo da sinodalidade» – D. José Cordeiro

Arcebispo primaz presidiu à ordenação episcopal de D. Delfim Gomes, auxiliar de Braga

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Bragança, 04 dez 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga disse hoje que cada bispo deve ser um elemento “ativo” da sinodalidade na Igreja, falando na ordenação episcopal de D. Delfim Gomes, na Catedral de Bragança, diocese natal do novo auxiliar.

“O bispo, antes de ser um fazedor de ordens deve ser um fazedor de comunhão, o elemento visível e ativo da sinodalidade na Igreja. A escola do serviço episcopal é uma entrega total e nupcial com a Igreja esposa de Jesus Cristo, da qual Ele é cabeça, pastor, esposo e servo. Ora a missão não mudou, mas o diálogo com o presente pede que ela seja traduzida com criatividade e profecia”, refere D. José Cordeiro, na homilia da celebração.

O responsável pela província eclesiástica de Braga, que inclui a Diocese de Bragança-Miranda, destacou a importância de uma “conversão pessoal, pastoral e missionária”.

“A voz que grita ao coração impele-nos ao estilo de fazer e ser sinodalidade num caminho de escuta para a comunhão, participação e missão na vida eclesial. A proximidade na reciprocidade e na circularidade dinâmica entre os pastores e, entre os fiéis e os pastores, requer a inteireza e a liberdade”, acrescentou.

O bispo é, sobretudo, um servidor do Evangelho da Esperança, pela palavra, pelo testemunho de vida, pelos sacramentos, pelo governo pastoral, que conduzirá a todos à unidade da caridade”.

O arcebispo de Braga afirmou que o governo, na Igreja, deve ser “exercido como um serviço, ou melhor, servir sem se servir”.

“Quem preside não se senta num trono nem retira a centralidade do altar, sabendo que a ação nasce da contemplação”, observou D. José Cordeiro.

D. Delfim Gomes, que o Papa nomeou como auxiliar de Braga, a 7 de outubro, foi ordenado bispo esta tarde, na Catedral de Bragança.

No início da celebração, D. Ivo Scapolo, núncio apostólico, leu o mandato pontifício, no qual Francisco se dirige ao novo bispo, do clero da Diocese de Bragança-Miranda onde era pároco e vigário episcopal para o clero.

Foto: Agência ECCLESIA/OC

O novo bispo português escolheu como lema episcopal ‘É dando que se recebe’, da Oração da Paz atribuída a S. Francisco de Assis.

D. José Cordeiro dirigiu-se diretamente ao “caríssimo irmão D. Delfim”, para falar num “desafio imenso”.

“Na proximidade paterna, fraterna, pastoral e amiga, doa-te a todos quantos Deus confia ao teu cuidado: os Presbíteros, os Diáconos, as Pessoas consagradas, os seminaristas, os ministérios laicais, as famílias, os jovens e os mais velhos, os pobres, os doentes, os migrantes, os reclusos, os refugiados e quem mais precisa da compaixão, ternura e misericórdia”, recomendou.

D. Delfim Esteves Gomes nasceu a 1 de janeiro de 1962, em Bragança, Paróquia de Santa Maria, tendo sido ordenado sacerdote na mesma cidade, a 3 de setembro de 1989.

As suas insígnias episcopais (brasão, báculo, anel, cruz e mitra) assentam nas cores do Nordeste Transmontano.

“Nas tuas insígnias episcopais sobressai o azeite, um precioso fruto das nossas terras transmontanas, lugar de encanto e encontro com a beleza da casa comum”, sublinhou D. José Cordeiro, antigo bispo de Bragança-Miranda.

Na felicidade agradecida pelo dom recebido num membro do presbitério de Bragança-Miranda para o episcopado e na espera ativa de um novo pastor para esta querida Diocese, continuemos juntos a peregrinar com coragem, paciência e confiança os caminhos do Advento do Reino dos Céus”.

A celebração conta com a presença de mais de duas dezenas de cardeais, arcebispos e bispos de Portugal e Espanha, autoridades locais e representantes da sociedade civil.

D. Delfim Gomes foi conduzido pelos presbíteros que o assistem, os padres Sobrinho Alves e Joaquim Leite, à presença de D. José Cordeiro, a quem manifestou, como prevê o ritual da ordenação, “o seu desejo e vontade de vir a exercer o seu ministério episcopal em sintonia com o pensamento de Cristo e da sua Igreja, em comunhão com o Colégio Episcopal e sob a autoridade do Sumo Pontífice, Sucessor de Pedro”.

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Na Catedral de Bragança, com capacidade de 5 mil lugares, o coro e orquestra são dirigidos pelo casal Patrícia e Chéu Libano, com a participação dos coros paroquiais da cidade de Bragança, do Coral Brigantino, de Torre de Moncorvo, de Vila Flor, da Filarmónica de Bragança, e dos organistas residentes da Catedral e do Santuário da Senhora da Assunção de Vilas Boas.

Os cânticos foram escritos especialmente para esta ordenação pelos padres Sobrinho Alves e Joaquim Leite, com arranjos orquestrais do padre José Joaquim Ribeiro, informa a Diocese de Bragança-Miranda.

O auxiliar é apresentado à Arquidiocese de Braga, esta segunda-feira, Festa de São Geraldo, pelas 17h30, na Sé.

OC

Igreja/Portugal: D. Delfim Gomes foi ordenado bispo, na catedral de Bragança (c/vídeo e fotos)

 

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