UCP: Curso de Medicina vai formar para a relação humana, institucional e com o interesse público

Diretor do Instituto de Ciências da Saúde destaca importância de preparar alunos para estudo permanente

Lisboa, 02 fev 2018 (Ecclesia) – O diretor do Instituto de Ciências da Saúde, da Universidade Católica Portuguesa (UCP) que a “defesa da vida” faz parte da instituição, destacando esta dimensão como marca do futuro curso de Medicina.

“Interessa discutir como se fazem ensaios clínicos, como é que os profissionais vão dizer a verdade sem serem influenciados por mecanismos que não sejam os melhores de todos”, disse Alexandre Castro Caldas, em entrevista à Agência ECCLESIA, realizada pelos 50 anos da UCP e do seu dia nacional (4 de fevereiro).

O responsável realçou a necessidade de definir o “código de conduta” destes profissionais de saúde no seu dia-a-dia.

“A forma de se relacionarem com os doentes, com os serviços, com o Estado e com o interesse público que é fundamental que esteja bem orientada, sobretudo, agora que começamos a ter tantos problemas de saúde pública que precisam ser trabalhados”, desenvolveu.

O professor catedrático de Neurologia assegura que os alunos vão aprender que “o doente, o interesse pela pessoa” tem de estar no centro da sua atividade, algo importante para mudar a realidade atual de Portugal onde “fazem consultas em 5 minutos, 10 minutos”.

“O tempo é aquele que for preciso. Paciência se for mais do que está previsto, se a pessoa precisar do tempo tem que o ter, é disso que vem à procura, é de ajuda”, observa.

Neste contexto, explica que a formação “é completamente diferente” com um ensino que pretende “estimular o estudo do aluno”, “é forçado a fazer perguntas”, porque um médico “não fecha a aprendizagem quando acaba o curso” e tem de aprender ao longo da vida.

O diretor do Instituto de Ciências da Saúde adianta que não podem propor às pessoas “coisas antiquadas” e os alunos vão ter de sair do curso com “a prática de pesquisa, de organizarem o seu estudo permanente”.

Segundo o professor catedrático de Neurologia, o ensino é direcionado para mudar “a atitude do aluno” face aos problemas da medicina para os quais vão ter de “encontrar soluções”.

Uma formação “bastante completa, centrada no interesse do aluno” com “muita liberdade” de escolha e um tutor ao longo do curso que vai acompanhar esse percurso e ajudar nas escolhas.

Depois de um primeiro ciclo, de seis, “focado na pessoa, na teoria e com alguma experiência”, os três últimos anos são feitos na prática, inseridos em equipas.

A UCP pretende que o futuro curso de Medicina seja em inglês, o que proporciona uma “maior facilidade de internacionalização” para além da ligação institucional a uma Universidade que é a quarta no ranking europeu.

Sobre os princípios orientadores do novo curso de Medicina, da UCP, que assumem as posições da Igreja Católica, Alexandre Castro Caldas assinala que têm uma “parceria muito estabelecida” com Universidade do Sagrado Coração de Itália, que tem um “código de ética muitíssimo bem elaborado e tem respostas interessantes”, para além do código de trabalho das Universidades Católicas.

Quanto à abertura do curso, o diretor do Instituto de Ciências da Saúde explicou que o objetivo é que surja uma solução final “de boa qualidade”, como acontece no curso de Enfermagem, em Lisboa e no Porto.

O Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa, que vai ser assinalado este domingo, 4 de fevereiro, vai estar também em destaque no próprio dia no programa ‘70×7’, na RTP 2, a partir das 13h30, com uma entrevista à reitora, Isabel Capeloa Gil.

SN/CB/OC

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