Setúbal: Nomeação de uma leiga para nova chanceler da Cúria Diocesana «faz parte dos dinamismos da Igreja»

Maria da Graça Pacheco assinala que bispo sadino «é um potenciador da valorização do papel do leigo»

Setúbal, 30 abr 2021 (Ecclesia) – Maria da Graça Pacheco foi hoje nomeada chanceler da Cúria Diocesana de Setúbal e assinala que o facto de ter sido escolhido um leigo e uma mulher “faz parte dos dinamismos da Igreja”, mas o “princípio é o serviço”.

“O que está aqui como princípio é o serviço, ser um leigo e, neste caso, ser uma mulher faz parte dos dinamismos da Igreja. Estar atenta aos sinais dos tempos, estar atenta àquilo que o Espírito Santo vai inspirando a Igreja”, assinalou em declarações à Agência ECCLESIA.

Na revisão do Código de Direito Canónico de 1983, o chanceler e o ecónomo deixaram de ser ofícios exclusivos de clérigos.

A nova chanceler da Cúria Diocesana de Setúbal destaca que o seu bispo, D. José Ornelas, é um “impulsionador da vocação laical” no assumir das competências dos serviços da cúria, e exemplifica que o setor da comunicação também é da responsabilidade de uma mulher.

“É um potenciador da valorização do papel do leigo nos serviços, nos trabalhos, e nas responsabilidades eclesiais. O senhor bispo quer uma Igreja sinodal à imagem do Papa, em que todos somos ouvidos e todos caminhemos juntos para garantir e construirmos novos caminhos de sermos Igreja, de sentirmos esta pertença a Cristo, esta identidade com o Evangelho”, desenvolveu.

No decreto de nomeação, o bispo de Setúbal indica que o chanceler vai “garantir a fiel redação, expedição e conservação dos documentos da Cúria diocesana, velar pela correta tramitação dos processos documentais e pela gestão da secretaria geral, bem como das outras atividades que a ela estejam ligadas”.

Maria da Graça Pacheco explica que acima de tudo é “zelar pela fiel redação dos documentos das cúrias, os processos de casamento, os decretos, as declarações”, porque tudo precisa de uma determinada forma de ser preenchido “para garantir a sua validade”, e vai “assegurar a legitimidade e a autenticidade dos documentos emitidos”.

Vai também “zelar pelo bom arquivo dos documentos”, e destaca que para a diocese o arquivo é “um património importantíssimo, que diz a sua história, o seu passado e aponta para o futuro, bem como de todos os documentos que dizem respeito a processos de ordenação, das instituições, para que estejam dentro das normas canónicas, “que cada processo corresponde àquilo para o qual vai ser utilizado”.

Maria da Graça Pacheco foi nomeada por um período de cinco anos, e começa as novas funções este sábado, dia 1 de maio, festa de São José Operário.

“Deus é um Deus de surpresas, e esta notícia surpreendeu-me de alguma maneira, apesar de ter sido, mais ou menos, preparada para ela. Esta nomeação acaba por ser a continuação de um percurso que fui fazendo ao longo da minha vida, de serviço na cúria e na Diocese de Setúbal. É uma nomeação de todos os que me ajudaram a chegar até aqui”, desenvolveu a colaboradora da Cúria Diocesana desde 2004.

A nova responsável é formada em Teologia e em Direito Canónico, pela Universidade Católica Portuguesa, tendo sido impulsionada pelo bispo emérito de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, e por D. José Ornelas, respetivamente, e é a coordenadora da Comissão Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis da diocese, desde 13 de junho de 2020.

Ao longo dos próximos cinco anos pretende “prestar um serviço próximo a todos” e promover uma “maior interceção” entre as paróquias, os párocos, a vida das paróquias, dos movimentos, “de todos que precisem dos serviços da cúria diocesana, da secretaria e da chancelaria”.

“E fazê-lo com gratuidade, com o amor que nos marca na Diocese de Setúbal. Há todo um espírito de interajuda, de promoção mútua, e penso ser veículo e instrumento de afirmação destes laços fraternos que existem entre nós e desta cumplicidade no serviço ao outro”, desenvolveu.

A nova chanceler da Cúria Diocesana de Setúbal sucede nestas funções ao padre Horácio Noronha, que exerceu este ofício nos últimos cinco anos, e D. José Ornelas expressou “sentimentos de profunda gratidão pessoal e a de toda a Diocese”.

CB

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