China: Papa reza por uma Igreja Católica unida e «em comunhão» com a Santa Sé

Que as comunidades católicas chinesas saibam ser «sinal de fraternidade, concórdia e reconciliação», disse hoje Francisco

Cidade do Vaticano, 23 mai 2018 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje no Vaticano às comunidades para que se unam em oração a todos os fiéis católicos na China, durante a audiência pública com os peregrinos na Praça de São Pedro.

Na sua intervenção, Francisco exortou todas as dioceses do Ocidente a “unirem-se espiritualmente” aos seus irmãos chineses, para que estes “possam viver a sua fé com serenidade e generosidade”.

Este apelo foi feito na véspera da festa anual em honra de Nossa Senhora Auxiliadora, que tem lugar esta quinta-feira e que é “particularmente venerada no Santuário de Sheshan, na China”, recordou o Papa argentino.

Francisco pediu a intercessão de Nossa Senhora para que as comunidades católicas chinesas “saibam ser sinal de fraternidade, concórdia e reconciliação, em pela comunhão com o Sucessor de Pedro”.

E deixou uma palavra diretamente aos peregrinos chineses presentes na Praça de São Pedro, assegurando-lhes que “a Igreja universal reza com eles e por eles”.

Para que “no meio da dificuldade possam continuar a confiar-se nas mãos de Deus”, completou.

Recorde-se que as relações diplomáticas entre a Santa Sé e a China estão interrompidas há 67 anos, depois do Governo de Pequim ter decidido expulsar todos os missionários estrangeiros do país.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

Cinco anos depois, o Governo chinês criou a Associação Patriótica Católica – APC para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.

Uma medida que afetou milhões de fiéis que ainda reconhecem na China a autoridade do Papa e que ao longo dos anos têm sido obrigados a viver a sua fé na clandestinidade.

Nós últimos meses, foi assumida por parte dos responsáveis pela diplomacia da Santa Sé a busca por uma reaproximação com Pequim.

De acordo com o serviço informativo do Vaticano, está a ser seguido um caminho de “pequenos grandes passos”, para procurar “resolver, de maneira construtiva e não conflituosa”, alguns dos pontos que separam as duas partes, como “o delicado e importante tema da nomeação de bispos”.

JCP

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