Igreja/Media: «Abandono da verdade» é preocupação que emerge das «Fake News» – D. Nuno Brás

Bispo auxiliar de Lisboa, que integra Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, inaugurou Jornada de Comunicação do Patriarcado

Carnaxide, 28 abr 2018 (Ecclesia) – D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa e membro da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, disse hoje que o “abandono da verdade” é o sinal mais preocupante que emerge das ‘fake news’.

O responsável falava na abertura dos trabalhos da 3ª Jornada de Comunicação do Patriarcado de Lisboa, que decorrem em Carnaxide, sobre o tema ‘Perante a Polémica, qual a resposta?’.

A intervenção aludiu a estruturas comunicativas “mentirosas”, que visam “chamar a atenção” e não apresentar a verdade.

D. Nuno Brás sustentou que a questão das “fake news” e do “abandono da verdade” decorrem de um ambiente em que “a verdade deixou de ser algo de importante para a vida humana”.

O bispo auxiliar de Lisboa recordou que na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2018, o Papa adverte para a dimensão “coletiva” da mentira.

“Uma comunicação mais rápida gera notícias falsas”, acrescentou o prelado, para quem existe uma responsabilidade jornalística, mas também individual, na busca da verdade.

O vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais sublinhou que, no contexto atual, um desmentido não consegue evitar os danos causados pelas ‘fake news’, que aparecem como “mais verdade do que a própria verdade”.

“A verdade é fruto de uma procura”, acrescentou.

A mensagem do Papa para o 52.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que vai ser celebrado a 13 de maio de 2018, tem como título “«A verdade vos tornará livres (Jo 8,32)». Fake news e jornalismo de paz”.

“O drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se aumentar a arrogância e o ódio”, escreve Francisco.

Os participantes reuniram-se depois em grupos para uma ação de ‘Media Training’ que visam encontrar respostas para situações de crises.

À tarde, um painel de convidados vai abordar o tema «Polémicas e escândalos – Que respostas?».

A mesa-redonda conta com intervenções de Henrique Raposo, cronista do jornal «Expresso»; João Francisco Gomes, jornalista do «Observador»; José Aguiar, da «All Comunicação»; e o padre Américo Aguiar, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, através de uma mensagem vídeo; com moderação de Rita Carvalho, do Ponto SJ.

A conclusão da III jornada diocesana da comunicação fica a cargo do padre Nuno Rosário Fernandes, diretor do Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa.

OC

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