Igreja/Vocações: Quando acolher jovens significa ajudar a perceber onde serão mais felizes

António Raimundo e Carla Carreira testemunham que a procura de resposta não é um «sim» definitivo

Lisboa, 21 abr 2018 (Ecclesia) – Há jovens que não sabem a quem se dirigir na Igreja para fazer acompanhamento vocacional, alerta Carla Carreira, educadora de infância, que se encontra a fazer um processo de discernimento junto do Instituto Secular das  Cooperadoras da Família.

“Conheço jovens que não sabem a quem se dirigir”, afirma Carla Carreira à Agência ECCLESIA, dando conta de um desconhecimento sobre as propostas da Igreja para os jovens.

A Semana de Oração pelas Vocações, que termina este domingo, quis este ano propor os verbos escutar, discernir e viver, tendo ainda como pano de fundo o Sínodo dos Bispos que o Papa Francisco convocou para outubro, no Vaticano, para refletir sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional.

Para Carla Carreira, de 36 anos, esta é uma oportunidade porque, afirma, se os jovens não se sentirem acarinhados pela Igreja, eles afastam-se.

“Lido com alguns jovens, e sinto da sua parte uma insegurança sem saber a quem se dirigir, sem saber se podem ou não fazer algumas coisas em Igreja”.

Para António Raimundo, consultor com 27 anos, cabe aos jovens falar sobre Cristo, sobre o que ele trouxe, e ir ao encontro dos outros.

“Temos muitos meios para o fazer. A Igreja tem regras sim, mas é um local onde toda a gente é acolhida”.

A interrogação vocacional surgiu, quer para Carla Carreira como para António Raimundo, no seguimento do seu itinerário em Igreja.

“Comecei nos Jovens Sem Fronteiras com 14 anos e ali segui até aos 24”, sugere António Raimundo, consultor, que após participar numa atividade «Missão LX», convidado por um amigo, começou a questionar a sua vida.

Desde setembro que integra o pré-seminário do Patriarcado de Lisboa, uma proposta de acompanhamento que inclui encontros mensais, participação em atividades vocacionais, de oração e serviço, bem como o acompanhamento pessoal com um sacerdote, porque entende que a “consultadoria” pode não chegar.

“Pode não preencher totalmente a minha vida, sim. Tenho visto que quero mais. Através da oração, tenho ido à missa todos os dias, procuro ouvir o Senhor, e isso ajuda a pensar se é isto que eu quero”.

Se o entusiasmo, que António Raimundo afirma sentir e o levou a procurar acompanhamento vocacional, for só baseado numa atividade que correu bem, acaba por passar.

“Por isso é necessário ouvidos bem abertos e coração disponível”, destaca o consultor.

Carla Carreira afirma a “sorte” que teve por estar inserida no grupo «Focos de Esperança», ligada à Juventude Blasiana, acompanhada pelas Cooperadoras da Família, que “têm uma proposta vocacional”.

Esta “inquietação” para descobrir a resposta a um questionamento não significa um “sim definitivo”.

O Instituto Secular das Cooperadoras da Família apresenta um itinerário com vários encontros onde procuram aprofundar relação com Deus, o autoconhecimento e o significado da vocação “no seu todo”.

A educadora de infância acredita que a sua vocação religiosa e a sua profissão podem “conciliar-se” mas este é um processo em andamento.

Carla afirma a importância de “conhecer um pouco de tudo” para poder fazer o seu processo de discernimento vocacional.

O programa Ecclesia deste domingo na antena 1 centra-se na Semana de Oração pelas Vocações e apresenta o testemunho de António Raimundo e Carla Carreira, duas pessoas que, já a trabalhar, decidiram fazer um percurso de descoberta vocacional.

LS

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